“Renúncia”, o novo livro de Emmanuel

Artigo de Clóvis Tavares publicado no jornal “A Cidade” em 04 de julho de 1943.
Campos dos Goytacazes, RJ.

O Romance de Orzeszkowa, “Nas Margens do Niemen”, revirou-me por dentro… Todos os nossos sonhos lá estão… Chorei como se tivesse três anos. É um trecho de carta. Duma epístola afetuosa de Mânia, daquela que seria mais tarde a célebre Madame Curie, à sua irmã Brônia Sklodowska.

O novo livro de Emmanuel – “Renúncia” – que Francisco Cândido Xavier psicografou, também nos torce. Portas a dentro da alma, sentimos que alguma coisa se desloca dentro de nós. O livro desvira algo nas criptas do nosso mundo interior. Fala-nos ao espírito. E não são somente as que isso conseguem, as obras imortais da literatura? Hugo, Dostoiévski ou Dickens permanecem por outro motivo?

Tudo o que a alma cristã sonha, tudo a que aspira, tudo por que luta, e geme, e sofre, habita nesse edifício luminoso das 431 páginas de “Renúncia”. E nós choramos também, como se tivéssemos 3 anos… É que os nossos sonhos também estão ali.

É que “Renúncia” fala ao coração e à alma. Clareia os objetivos espirituais da vida. Retifica tudo o que o espírito vai traçando ou construindo no mapa da existência. Suas páginas sublimes são como joeiras que vão separando o trigo e o joio das nossas aquisições e lutas de cada dia. Ler a vida de Alcione Vilamil é gozar as delícias de um alimento celeste e aprender melhormente a transformar cada dor em cruz, ascendendo ao Calvário com a varonilidade do Salvador. Ler “Renúncia” é aprender, com a inadjetivável personalidade de Alcione, a amar, servir, honrar e viver o Evangelho de Jesus Cristo.

Se ainda não abriste, meu caro leitor, o novo livro de Emmanuel, fraternalmente te exotro a fazê-lo. O livro é do Céu, e o lucro será teu, lucro espiritual, e muito grande. Que o Senhor te abençoe para que atendas ao pedido humilde.”

Clóvis Tavares.